Sábado, 25 de Agosto de 2007

Dor

DOR

 

 

Um corpo vivo é um corpo que depende do meio em que se encontra, e que condiciona esse próprio meio, interagindo. Está sujeito às condições ambientais — geológicas, geográficas, climáticas, etc. — do seu habitat, e tem necessidades elementares de sobrevivência.

Todos os factores que condicionam essas exigências podem partir do interior para o exterior, e vice-versa, mas necessitam sempre de um equilíbrio determinado. Esse equilíbrio existe sempre com margens de segurança, e entre um mínimo e um máximo. Quando o corpo permanece dentro desses limites, encontra-se em harmonia com a sua natureza, e é saudável. Quando atinge ou ultrapassa esses limites, podem acontecer duas coisas: ou sente dor, ou sente prazer.

A dor e o prazer opõem-se e complementam-se. Existe permanentemente uma luta entre a dor e o prazer para se instalarem num corpo vivo. A cada momento, ou se sente dor ou se sente prazer, com maior ou menor intensidade. O equilíbrio entre os dois forma a saúde. O excesso de dor e o excesso de prazer, quando não recuperado o equilíbrio, provocam a doença. A dor porque é um aviso de que algo está mal, e o prazer porque é um aviso que algo esta bem demais, e que se não for reduzido transforma-se em dor.

Qualquer corpo após um esforço exagerado necessita de repouso como após uma imobilização necessita de exercício. Se o equilíbrio não for retomado, agrava-se a doença e o corpo morre.

Uma doença é falta de equilíbrio natural, biológico e orgânico, que pode ser de origem física ou psicológica. Todo o corpo doente tem falta ou excesso de alguma coisa para manter a sua estabilidade natural.

A dor é desagradável, mas necessária para manter a vida. É o nosso alarme quando vamos longe demais. Sem dor, rapidamente ultrapassaríamos os limites e morreríamos.

A dor gera o sofrimento e sofrer é a pior coisa da vida. Mas a vida é feita de coisas boas e coisas más em igual quantidade, e em equilíbrio.

Para evitar o sofrimento apenas podemos tentar conhecer os nossos limites para conscientemente não os ultrapassarmos, embora isso nada possa garantir, porque a nossa vida existe em relação à natureza terrestre, que é bem mais forte que nós, e da qual dependemos. Pois vivemos ao sabor dela, com mais ou menos saúde, mais ou menos doença, mais ou menos sofrimento, mais ou menos prazer e mais ou menos dor.

 

 

 

 


publicado por sl às 01:37
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