ESPAÇO
O espaço é a distância que vai de um ponto de referência a outro. Pode ser objectivo e concreto se as referências forem medíveis pelas leis da matemática, geometria ou física; pode ser abstracto e subjectivo se não existirem referências concretas; pode ser temporal se as referências existirem no tempo; e pode ser tudo o que está para além da atmosfera no sentido em que se entende por espaço toda a existência entre os corpos celestes.
O espaço em si não existe. Só existe espaço quando existem referências. Ninguém pode conhecer qualquer medida ou qualquer quantidade de espaço sem conhecer os pontos que o limita.
O espaço existe tendo em conta principalmente as unidades geométricas e unidades de tempo para o medir. As unidades geométricas servem para medir quantidades de matéria. Tudo o que é material pode-se medir porque tudo o que é material ocupa espaço. A energia não ocupa espaço porque não é material e não pode ser medida por unidades geométricas. O espaço existente entre dois valores matemáticos ou estatísticos é imaginário, não existe realmente. O espaço real só existe considerando a matéria — e o tempo.
A cronologia do tempo refere várias unidades em relação ao passado, ao presente e ao futuro, tendo por base os movimentos terrestres de rotação e translação, e os anos-luz (distância que a luz percorre durante um ano). Sem movimentos siderais rítmicos, constantes e observáveis, para se tornarem previsíveis, não seria possível medir o tempo. Assim, também o tempo exige uma base material para ser medido.
O espaço sempre existiu no mundo científico, especialmente correlacionado com o tempo. Um espaço de tempo é a distância que vai de um momento a outro. Os acontecimentos são as referências. Nas o espaço, por ser tudo e nada ao mesmo tempo, sempre originou curiosidade científica e de ficção. O céu que todos os dias podemos observar é de uma dimensão inalcançável, e leva-nos ao imaginário, também fundamentado em teorias científicas.
Por exemplo: imaginemos um circuito automóvel, com 100 kms de comprimento; e imaginemos que possuímos um automóvel que viaja a 100 kms/hora desde que parte até à meta. Percorremos o circuito demorando uma hora. Mas, se aumentarmos a velocidade para 200 kms/hora, já só demoramos 30 minutos. E se aumentarmos para 400 kms/hora, só demoramos 15 minutos. E se aumentássemos para 800 Kms/hora, só demoraríamos 7,5 minutos. Aumentamos a velocidade de 100 para 800 kms/hora e reduzimos o tempo de 60 para 7,5 minutos. Se fosse possível aumentar sempre a velocidade até atingirmos a velocidade instantânea que é a velocidade da luz (300,000 Kms por segundo aprox.), chegaríamos à meta no mesmo momento da partida.
Uma conversa por telefone entre Londres e Tóquio existe em tempo real. A voz viaja milhares de kms imediatamente. Se ultrapassássemos essa velocidade no nosso circuito, chegaríamos à meta antes de termos partido. É a teoria das viagens no tempo, tão famosa na literatura de ficção científica e no cinema. E como o progresso cada vez nos mostra que viajamos mais velozmente, leva-nos a acreditar que um dia essa teoria seja realidade.
Mas é impossível. O passado não volta e o futuro ainda não chegou. Só existe o presente, neste espaço e neste tempo. Se nós um dia conseguíssemos viajar no tempo, seria porque o passado, presente e futuro existiam em simultâneo, e se existissem, poderíamos questionar qual a razão dos humanos do futuro ainda não nos terem visitado para corrigirem os nossos erros — simplesmente porque não existem.
Nós somos únicos e existimos num tempo e num espaço únicos.