ALMA
A alma é o que a religião chama à entidade espiritual que envolve cada pessoa e que a ciência estuda pela psicologia.
Cada igreja, religião, seita ou culto caracteriza a alma conforme as suas tradições culturais, costumes e interesses próprios. Desta forma não há uma generalização da alma, sendo antes entendida por cada um conforme a influência que recebe da cultura religiosa em que nasce ou vive.
Por ser sempre considerada um meio caminho entre o homem e Deus, a alma só existe para os crentes. Para uns, quando o corpo morrer, a alma que nasceu com ele, segue para o além, para uma vida eterna. Para outros, a alma vive eternamente e só recebe um corpo durante a vida terrena. Para outros ainda, a alma vai-se aperfeiçoando em diversas vidas por que passa na terra. Ainda para outros, a alma, logo que o corpo morre, é transferida para outro corpo. E ainda há os que acreditam que Deus tem um número limitado de almas que distribui só por quem merece, e os que acreditam que até os animais e as rochas têm alma...
Todas estas descrições da alma, e mais que existirem, são puras crenças. Na verdade, a alma não existe. O que existe é uma entidade espiritual, completamente abstracta e da qual ninguém tem um conhecimento aprofundado, devido à sua natureza. Essa entidade é apenas energia. Energia que existe no corpo humano, nomeadamente no seu cérebro. Essa energia pode ser registada em aparelhos electrónicos sofisticados, porque o corpo humano pode emitir radioactividade e ondas electromagnéticas, o cérebro humano funciona através de estímulos eléctricos entre as suas células. Conforme seja a actividade cerebral, o cérebro emite ondas cerebrais de maior ou menor intensidade.
A ciência actual está ainda a dar os primeiros passos no estudo destas realidades. Áreas científicas recentes como a neurobiologia e a psicofisiologia, apoiadas por cada vez melhor tecnologia, brevemente nos explicarão como funciona o nosso corpo e principalmente o nosso cérebro em termos energéticos. Ainda que não se consigam localizar as áreas físicas concretas no cérebro, brevemente saberemos estruturar o funcionamento concreto da nossa memória, da nossa inteligência, da nossa consciência, numa palavra, do nosso cérebro e de todas as suas extraordinárias funções.
Pois o nosso cérebro é o responsável por todos os atributos da alma. Por um lado, é dele que partem todas as manifestações e criações do nosso inconsciente, em energias perceptíveis e em alucinações ou imaginações. Por outro lado, é nele que está também toda a nossa consciência. E esta é a criadora de todas as ilusões, das lógicas falsas para a vida, dos outros mundos, e de toda uma série de mentiras que de tão enraizadas acabam por significar mais do que a própria verdade. E tudo isto acontece devido à ignorância natural do homem.
O psíquico, o espírito, ou a alma, são uma concretização em forma de energia que se vai criando no cérebro à medida que este se vai desenvolvendo. O cérebro é, de tudo o que existe na natureza conhecida, o pedaço de matéria mais pequeno e com maior complexidade de interconexões. Alguns investigadores dizem mesmo ser mais complexo o cérebro humano que todo o universo.
Mas o cérebro só existe como dependente de um corpo. Sem um corpo para o alimentar, o cérebro morre. E quando o corpo morre, também o cérebro morre. As células de que ele é composto morrem. E quando elas morrem, toda a energia que estava nelas deixa de existir, ou toda a energia que produziam deixa de ser produzida. O psíquico, o espírito ou a alma, deixa de existir, pois morre à medida que vão morrendo as células do cérebro.
Se nós acendermos uma fogueira num local escuro, lentamente ela vai começando a emitir luz – como o cérebro vai criando um espírito –, enquanto a fogueira estiver acesa, a luz alumia – como o cérebro mantém o espírito –, mas se apagarmos completamente a fogueira, a luz que nos alumiava desaparece... E não vai alumiar para outro local.