EXISTÊNCIA
Para existir é necessário ser ou estar.
Para a sua melhor compreensão, a existência pode-se dividir em duas partes distintas — o homem e a natureza — que são totalmente diferentes, mas que uma sem a outra não permitiam a existência da própria existência.
A natureza, seguindo leis próprias não totalmente conhecidas, originou tudo o que existe. Tudo o que existe tem origem na natureza. Assim, o cosmos, as estrelas, os cometas, os planetas, os oceanos, as montanhas, os desertos, as plantas, os animais, e etc; tudo nasceu da natureza, e são ela própria. Mas tudo existe sem saber que existe!
E foi então que no topo da existência, a natureza fez também nascer o homem. Nasceu o homem, não como animal mamífero, erecto, com cabeça, tronco e membros, mas como ser pensante, inteligente, e que raciocina devido às faculdades naturais de falar, recordar e imaginar.
E foi o homem que no topo da existência, tomou consciência de que existia ele e tudo o que o rodeava. E foi essa consciencialização que tornou tudo existente apesar de já tudo existir.
Assim, para uma coisa existir, é necessário que essa coisa exista e que o homem saiba que ela existe. Uma árvore já era árvore antes do homem a conhecer, mas foi este que lhe atribuiu o nome e descreveu as características. Quase tudo existe anteriormente ao homem, mas só este tem consciência dessa existência. E com a sua consciência, além de tudo teorizar, ou transformar em palavras tudo o que existe, de forma a provar essa existência, o homem criou ainda novas formas de existência: a existência espiritual ou extramaterial.
Tudo o que existe sob a forma espiritual, psicológica, mística ou ideológica, nasceu da mente humana, e tem o cérebro como base. Desta forma, tudo o que não é material é dele dependente. Toda a existência é originada na natureza material. O espírito humano só existe porque existe o cérebro, como a energia só existe porque existe a matéria.
Mas o conhecimento da existência de tudo só é possível com a existência da própria consciência. Sem consciência — característica exclusivamente humana — não seria possível admitir a existência.
Pode-se então concluir que existem três formas de existência: existe a realidade natural, que é a verdade originada na própria natureza, independentemente do conhecimento humano dela ou não; existe a racionalização, que é a verdade natural de que o homem tem consciência, e que com a sua inteligência catalogou; e existe a criação humana, que é a verdade que o homem considera existir, independentemente da existência de provas. Resumindo, existe o que existe, existe o que o homem sabe que existe, e existe o que o homem pensa que existe.
Toda a existência nasce na natureza, mas só é concretizada após o reconhecimento humano. O homem é um tradutor da realidade natural, mas como não a conhece totalmente, traduz a parte desconhecida da forma como a imagina. E o conhecimento da realidade natural só existe através do homem. Por isso, tudo o que o homem diz é verdade, porque ninguém o pode desmentir. Será ele próprio a ter que mudar de ideias, crescendo, porque, pior que mudar de ideias é não as ter.
A existência é só uma e só existe sendo afirmada. Mas são muitas as formas de a afirmar.